terça-feira, 6 de março de 2007

Em busca do amanhã

Era uma vez uma Tartaruga que queria sair de casa; ela achava que podia viver sozinha. Seu pai, já velho e muito sábio, disse-lhe para fazer o possível para ter um bom amanhã. Obediente, concordou com o pai, e, assim, saiu de casa.

Durante dias, sem pressa e muito paciente, a Tartaruga procurou o amanhã. Em lugares únicos, com água fresca e gramado verde, ela esteve. Por dias longos, com sol quente, ela passou sem se cansar. Porém, nada conseguiu achar.

Foi então que perguntou a um Tigre que estava ali por perto se existia um amanhã e onde ele estava. Surpreso com a pergunta, ele respondeu que existia sim, mas onde estava, ele não sabia. Contudo, querendo ajudá-la, o Tigre falou que ela tinha que correr, porque o amanhã se movia velozmente.

Assim fez a obediente Tartaruga. Os dias passaram, e ela se cansou; porém, curiosa, ainda queria encontrar o amanhã. Com o cair da noite, ela parou para dormir. Escolheu a melhor árvore e deitou em seu colo. Antes de dormir, uma Coruja ficou observando lá do alto, até a Tartaruga se sentir incomodada. Por fim, com raiva, ela gritou:

— Por que me olhas assim, não vês que não consigo dormir?

Porém, a Coruja continuou a olhar. E, então, já sem paciência, a Tartaruga falou:

— Por favor, pare de me vigiar, estou cansada demais e preciso dormir.

Desta vez, a Coruja vendo-lhe a educação perguntou:

— Por que estás cansada?

— Porque faz dias que estou procurando algo e não acho – respondeu.

— O que estás procurando?

— O amanhã, um bom amanhã. Antes de sair de casa, meu pai falou para eu fazer o possível para ter um bom amanhã.

A Coruja deu risada. Pensou um pouco e esclareceu:

— Tartaruga, Tartaruga,... o amanhã não foi feito para ser procurado e sim para ser construído com suor e determinação. Por isso que o amanhã é diferente para cada um.

Feliz da vida a Tartaruga pensou:

— Sim, existe o amanhã que eu perseguia, só preciso me empenhar para construí-lo.

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