terça-feira, 28 de outubro de 2008

Sucesso

"Sorte é o que acontece quando a preparação encontra a oportunidade."

Elmer Letterman

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

sábado, 18 de outubro de 2008

Por uma escola mais digna (II)

Faltam famílias. Pronto, disse tudo o que precisava sobre o papel dos pais na educação dos filhos. Contudo, esse termo está tão banalizado hoje em dia a ponto de o pai matar, esquartejar e jogar no lixo os filhos. Absurdo? Aconteceu em Ribeirão Pires, aqui no estado de São Paulo. Família não significa maispessoas vivendo sob um mesmo teto” (Dicionário Houaiss), pois a moda é se casar e depois se divorciar. Está certo, ainda assim continuam pessoas vivendo sob um mesmo teto, mas a família (pai, mãe, filhosou as pessoas que representam essas figuras) que havia ali se desintegrou. E perceba que não foi usado o verbo “aturar-se”, “suportar”, “sobreviver”, “perseveraroutolerar”, mas simviver”, que de acordo com o Aurélio significa: “1. Ter vida; estar com vida; existir. 2. Perdurar, subsistir; durar. 3. Passar à posteridade; perpetuar-se. 4. Gozar a vida, sabendo aproveitá-la. 5. Tirar partido de tudo. 6. Habitar, residir, morar. 7. Alimentar-se, sustentar-se”.

 

No entanto, faz realmente falta uma família para o estudante? Vejamos duas pesquisas recentes. “Com a participação ativa dos pais na vida escolar, a nota dos alunos é cerca de 20% maior”, Revista Veja, 24 de setembro de 2008. “Pais que são freqüentadores de igrejas [juntamente com os filhos] tendem a ser mais preocupados com a educação de seus filhos e interagem mais com professores”, afirmou Edwin Hernandez, que realizou essa pesquisa nos EUA (Folha de S. Paulo). Evidentemente, os filhos desses pais se saem melhor na escola. Está certo que a pesquisa foi nos EUA, mas se fosse aqui, no Brasil, não teria um resultado parecido?

 

Para ficar mais fácil e didático, enumero sete características do pai (ou mãe) exemplar. Ele deve: 1. ser amoroso, mas não permissivo. 2. manter, em casa, a harmonia, o respeito e o diálogo aberto (não adianta nada você ser o homem mais poderoso do mundo, se não for nada para o filho). 3. cobrar que seu filho durma cedo, vá à escola, estude, faça lição de casatudo isso diariamente. 4. não tentar comprar o filho com presentes. 5. fazer o filho refletir, entender por que errou, não criticar comportamentos inadequados (outra pesquisa americana mostra que, em média, uma mãe fala 34,2 nãos por dia – faltou completar que não adianta nada). 6. estimular o filho a ter metas. 7. desenvolver a capacidade crítica dele, principalmente ao ver TV. Se você, pai ou mãe, não desempenhar esse papel, quem desempenhará? A criança? Por acaso, ela adquiriu autonomia para não precisar de vocês? O professor, então? Deixar mais essa responsabilidade nas costas do professor não funciona, pois ele não vai embora para casa com o aluno. É responsabilidade de vocês, pais.

 

Quanto à relação pai e professor, precisamos estabelecer algumas regras e limites para acabarmos, definitivamente, com essa guerra. Se, por ventura, algum dia o senhor, pai, não aprovar certa atitude do professor, ou vier a seu conhecimento algum equívoco que este cometeu, não diga isso ao filho. Vá e converse, em particular, com o professor. Por que isso? Se declararem ao filho que o professor não sabe nada ou que não poderia ter feito isso ou aquilo, o filho, na figura de estudante, nunca mais irá respeitar o professor. Ele pensará que o papai, sempre, o defenderá e que, deste modo, poderá fazer tudo o que bem entender. Acontecendo isso, todos, inclusive os pais, terão dificuldade de lidar com ele. Assim como o pai, o professor deve ser o herói. Nunca podemos enfrentá-lo, afirmar que lhe falta qualidade e caráter ou lhe retirar a autoridade. Podemos e devemos dialogar com ele, visando à melhoria da educação, mas não na presença do filho. Enfim, é preciso confiar os filhos ao professor e ponto final.

 

Mais uma vez quero deixar claro que a culpa do fracasso escolar não é dos pais nem dos professores; é de todos. Ainda resta discutirmos o papel dos estudantes.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Banda DC7 - Criação

Esta é a outra música daquela bandinha.

Banda DC7 - Gratidão

Mudar de casa, às vezes, é bom. Digo isso porque se torna obrigatório mexer em alguns arquivos mortos que temos no fundo de um armário ou gaveta. E geralmente acabamos surpresos com o que tem lá. Hoje de tarde não foi diferente. É, fiquei feliz quando achei uma fitinha antiga; de 2001, calculo. Ela é a gravação fundo de quintal de duas canções que minha banda fez. Ouçam. Não é lá essas coisas, mas quebra o galho.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Caça às bruxas

Não me agradou nem um pouco a demissão do professor e poeta Oswaldo Martins. porque ele escreve poemas eróticos (os quais não são trabalhados em sala de aula), não quer dizer que seja um péssimo professor ou queinfluenciar os alunos a sair por praticando "você sabe o quê". A TV desenvolve um excelente trabalho nesse ramo.

 

Pelo teor e pela qualidade dos poemas que eu li, Oswaldo é muito bom. Um ou outro poema contém palavras mais fortes. Além disso, a escola se considera moderna, construtivista e estimuladora da expansão cultural. Parece-me que ela se contradisse com essa atitude. E o ponto fulminante dessa história foi que um grupo de pais, quando leram os poemas, foi correndo expulsar o professor da escola. Pelo amor de Deus, a escola não pode dar ouvido a apenas alguns pais. Se for dar ouvido, que seja a todos, então.

 

Isso me deixa revoltado. Quanta hipocrisia há neste mundo. Então, eu pergunto: esse grupo de pais, ao ver TV com os filhos, se é que faz isso, muda de canal quando passa uma cena erótica ou meramente sensual? Esses pais conversaram sobre sexo e assuntos correlatos com os filhos? A internet dos filhos tem filtro? Esses pais sabem se os filhos são virgens ou sabem como e com quem aconteceu?

 

À escola pergunto: ela não gostaria de ter no corpo docente Manuel Bandeira, por exemplo? Mas ele e tantos outros escreveram poemas eróticos. À escola pergunto novamente: não seria moderno abordar a sexualidade em suas aulas? É, certamente, uma tarefa difícil, mas primordial. Hoje mesmo, para citar um exemplo, um professor de biologia contou-me que, durante uma aula de vírus, um aluno perguntou se AIDS mata. Tem cabimento um negócio desse? Ainda por cima, o aluno era do terceiro ano do Ensino Médio.

 

Um pouco de realidade não mata. Não sejamos quixotescos.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Sobre o Governo

Essa é a Mafalda, uma tirinha publicada de março a dezembro de 1965, nos diários El Mundo de Buenos Aires e Cordoba de Córdoba.

 

Para ver a tira maior, clique nela.

 

Divirta-se.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Balanço Semanal

Semana passada foi uma semana daquelas. Muito corrida, sem tempo para fazer muita coisa (engraçado, sempre que a gente fala isso, significa tempo para fazer algo de entretenimento ou de lazer ou simplesmente nada), mas muito satisfatória.

Fora minhas aulas, traduzi um filme, ensaiei com os alunos para a Noite de Talentos, que aconteceu sexta passada, e ainda tive a grande oportunidade de conhecer o escritor Antonio Prata. Ele passou aqui pela nossa cidade na quinta-feira, e eu já mesmo tentei estabelecer contato com este ser de outra dimensão. Digo isso porque nos conhecemos no restaurante Barracão em Conceição de Monte Alegre (distrito de Paraguaçu Paulista). Lá a comida é excelente; e as histórias, fantásticas. Dizem que houve uma vez que esse restaurante ficou sem telhado, pois um UFO posou lá. Vai saber, ninguém anotou a placa. Isso foi na hora do almoço, e, à noite, houve um bate-papo com ele na Biblioteca Municipal. Fiquei muito satisfeito e perplexo com o comportamento de todos que lá compareceram. Em sua maioria, a platéia era formada de alunos que participaram de forma extraordinária. Primeiro, devo descrever o silêncio sepulcral que fizeram. Nunca vi uma pessoa chegar e ler três crônicas numa tacada e ninguém conversar. Depois, bombardearam o escritor com perguntas ótimas, inteligentes. Bem, acho que a professora antes de levá-los para lá pediu que fizessem o dever de casa: conhecer o autor, ou seja, lê-lo, e elaborar perguntas. Resumindo foi uma experiência única neste cosmo. A propósito, acabo de adicionar o blog dele em “Blogs”.

Já na sexta, como disse, aconteceu a Noite de Talentos. Outro banho de realidade em mim. Eu, que pensava que os alunos pouco se interessavam pela vida cultural, vi outro empenho maravilhoso dos estudantes, agora os do meu colégio. Acredito que nessa noite, nós alcançamos o que defendi em “Por uma escola mais digna”. Isto é, os alunos literalmente deram um show: dançaram, tocaram músicas, distribuíram um livro contendo seus poemas, além de recitá-los. E não pára por aí, os que mais se destacaram foram os quietinhos, os tímidos, os que quase nem conversam nas aulas. Verdadeiramente, todos mostraram um desenvolvimento na comunicação verbal, não-verbal, oral e escrita. Seria inigualável se todos os dias na escola fossem assim. Todos sairiam contentes, satisfeitos e com uma bagagem maior.

sábado, 11 de outubro de 2008

Eleição nos EUA


Achei muito interessante essa figura retirada do jornal O Estado de São Paulo do dia 5 de outubro de 2008, página A 10, pois ela mostra com muita clareza como o centro dos EUA é conservador e a força que ele exerce no país inteiro.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Em nome da Justiça - João Alexandre

Enquanto a violência acabar com o povão da baixada
E quem sabe tudo disser que não sabe de nada
Enquanto os salários morrerem de velho nas filas
E os homens banirem as leis ao invés de cumpri-las
Enquanto a doença tomar o lugar da saúde
E quem prometeu ser do povo mudar de atitude
Enquanto os bilhetes correrem debaixo da mesa
E a honra dos nobres ceder seu lugar à esperteza

Não tem jeito, não; não tem jeito, não.

Só com muito amor a gente muda esse país
Só o amor de Deus pra nossa gente ser feliz
Nós os filhos Seus temos que unir as nossas mãos
Em nome da justiça, por obras de justiça
Quem conhece a Deus não pode ouvir e se calar
Tem que ser profeta e sua bandeira levantar
Transformar o mundo é uma questão de compromisso
É muito mais e tudo isso

Enquanto o domingo ainda for nosso dia sagrado
E em Nome de Deus se deixar os feridos de lado
Enquanto o pecado ainda for tão somente um pecado
Vivido, sentido, embutido, espremido e pensado
Enquanto se canta e se dança de olhos fechados
Tem gente morrendo de fome por todos os lados
O Deus que se canta nem sempre é Deus que se vive, não
Pois Deus se revela, se envolve, resolve e revive

Não tem jeito, não; não tem jeito, não.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Ereções - não, digo, Eleições

Agora sim posso dizer o que acho das eleições e não ter medo de receber nenhuma represália.
Bom, eu só acho que a eleição não é coisa divina. Ou alguém aí sabe qual é o número de Deus ou Jesus? Não, né?
Mas os três dígitos do capeta vocês sabem!

domingo, 5 de outubro de 2008

Presidente versus Geografia

"Graças a Deus, a crise americana não atravessou o Atlântico."


Do presidente Lula


Esse cidadão não aprende mesmo, não? Ele já disse isso antes!

Sobre educação

"O Brasil é a décima potência econômica mundial, precisa ter como objetivo ser também a décima potência quanto a seus recursos humanos. Hoje, está muito distante disso."
Nils Kastberg, diretor do Unicef na América Latina

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Por uma escola mais digna (I)

Uma hecatombe. Essa é a melhor descrição da escola de hoje. Exagero? Não, nenhum pouco. Esta semana, fomos banhados com um mar turvo de notícias que relatam o que acontece na maioria das escolas públicas brasileiras. Veja alguns exemplos: 1 em cada 4 docentes estaduais de Campinas foi alvo de violência; alunos agressores não são punidos; gravidez precoce é maior causa de evasão escolar; gravidez na adolescência vira projeto de vida para jovem carente; dois milhões de jovens vão à escola sem saber ler e escrever. Ou seja, a escola atual perdeu totalmente sua característica. Virou um antro de prostituição, tráfico de drogas e vandalismo. O professor ganha pouco e ainda apanha calado. Evidentemente, pois, se quiser se defender, comprará briga com o aluno, com sua gangue, com o Conselho Tutelar: com o mundo todo. Por isso, defendem punição severa aos alunos. A maioria dos alunos, por sua vez, freqüenta a escola por obrigação. Com descaso e outros interesses é como ele a trata. Muitos pais, em contrapartida, afirmam que a obrigação da escola é educar e nada ajudam para que essa tarefa seja realizada com sucesso. Isso quando não incentivam os filhos a desrespeitarem o professor.

O que fazer diante dessa hecatombe? Discutir o repasse de verba ou de quem é a culpa? Isso é perfumaria. O problema é geral. Não há um culpado. Todos somos culpados. O que precisamos fazer é atacar por todos os lados esse mal incrustado em nossa pele. Comecemos, casualmente, pelos professores que têm de parar e rever seu papel. Não faz mais sentido o uso da palmatória. Já passamos da era da industrialização, quando a disciplina tinha de ser rígida com o intuito de preparar o povo para trabalhar várias horas, sem poder refletir por que fazia aquilo. A função da escola era a de programar o povo para esse tipo de trabalho.

Portanto, não adianta, hoje, o professor despejar nos alunos um mundaréu de informações, regras e dicas sem contexto, e estes despejarem de volta na prova. É primordial que se tenha reflexão. Estamos na era da informação, ou pós-industrial. O maior tesouro é dispor de informações sobre como produzir, para quê, para quem e onde, isto é, encontrar a informação mais adequada para um fim. Entretanto, é essencial que se saiba discriminar a informação relevante da mera especulação.

Para seguirmos a exigência do mercado, defendo aqui uma subversão lingüística que Celso Pedro Luft pregava. O novo papel da escola é o de aprimorar a comunicação dos estudantes tanto na forma escrita quanto na oral, tanto na verbal quanto na não-verbal. E isso só será possível quando os alunos forem motivados e estiverem, constantemente, em contato com excelentes exemplos de textos (escritos, orais, verbais e não-verbais). Não é uma tarefa fácil. É árduo, é penoso. Mas isto, sim, é educação: uma construção demorada, mas sólida do cidadão.

Sem dúvida nenhuma, essa mudança será mais fácil nos lugares onde o corpo docente trabalha com mais autonomia. Onde não é preciso seguir, cegamente, uma cartilha, apostila ou livro didático. E nada melhor que o próprio professor, especialista em sua matéria, para saber como fazer essa mudança.

No entanto, que fique muito bem claro: a culpa não é dos professores. Ainda faltam os alunos e os pais. Veremo-nos na próxima oportunidade.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Paulo Freire

Achei mais um ótimo vídeo do amigo Ghiraldelli que, com sua didática afiada, critica a Veja e nos esclarece mais sobre a pedagogia de Paulo Freire.

Divirtam-se.

Filosofia e Paulo Freire: A Direita é Tosca?

Acho que eu ainda estou pegando leve.

Divirtam-se.