Uma hecatombe. Essa é a melhor descrição da escola de hoje. Exagero? Não, nenhum pouco. Esta semana, fomos banhados com um mar turvo de notícias que relatam o que acontece na maioria das escolas públicas brasileiras. Veja alguns exemplos: 1 em cada 4 docentes estaduais de Campinas foi alvo de violência; alunos agressores não são punidos; gravidez precoce é maior causa de evasão escolar; gravidez na adolescência vira projeto de vida para jovem carente; dois milhões de jovens vão à escola sem saber ler e escrever. Ou seja, a escola atual perdeu totalmente sua característica. Virou um antro de prostituição, tráfico de drogas e vandalismo. O professor ganha pouco e ainda apanha calado. Evidentemente, pois, se quiser se defender, comprará briga com o aluno, com sua gangue, com o Conselho Tutelar: com o mundo todo. Por isso, defendem punição severa aos alunos. A maioria dos alunos, por sua vez, freqüenta a escola por obrigação. Com descaso e outros interesses é como ele a trata. Muitos pais, em contrapartida, afirmam que a obrigação da escola é educar e nada ajudam para que essa tarefa seja realizada com sucesso. Isso quando não incentivam os filhos a desrespeitarem o professor.
O que fazer diante dessa hecatombe? Discutir o repasse de verba ou de quem é a culpa? Isso é perfumaria. O problema é geral. Não há um culpado. Todos somos culpados. O que precisamos fazer é atacar por todos os lados esse mal incrustado em nossa pele. Comecemos, casualmente, pelos professores que têm de parar e rever seu papel. Não faz mais sentido o uso da palmatória. Já passamos da era da industrialização, quando a disciplina tinha de ser rígida com o intuito de preparar o povo para trabalhar várias horas, sem poder refletir por que fazia aquilo. A função da escola era a de programar o povo para esse tipo de trabalho.
Portanto, não adianta, hoje, o professor despejar nos alunos um mundaréu de informações, regras e dicas sem contexto, e estes despejarem de volta na prova. É primordial que se tenha reflexão. Estamos na era da informação, ou pós-industrial. O maior tesouro é dispor de informações sobre como produzir, para quê, para quem e onde, isto é, encontrar a informação mais adequada para um fim. Entretanto, é essencial que se saiba discriminar a informação relevante da mera especulação.
Para seguirmos a exigência do mercado, defendo aqui uma subversão lingüística que Celso Pedro Luft pregava. O novo papel da escola é o de aprimorar a comunicação dos estudantes tanto na forma escrita quanto na oral, tanto na verbal quanto na não-verbal. E isso só será possível quando os alunos forem motivados e estiverem, constantemente, em contato com excelentes exemplos de textos (escritos, orais, verbais e não-verbais). Não é uma tarefa fácil. É árduo, é penoso. Mas isto, sim, é educação: uma construção demorada, mas sólida do cidadão.
Sem dúvida nenhuma, essa mudança será mais fácil nos lugares onde o corpo docente trabalha com mais autonomia. Onde não é preciso seguir, cegamente, uma cartilha, apostila ou livro didático. E nada melhor que o próprio professor, especialista em sua matéria, para saber como fazer essa mudança.
No entanto, que fique muito bem claro: a culpa não é dos professores. Ainda faltam os alunos e os pais. Veremo-nos na próxima oportunidade.
O que fazer diante dessa hecatombe? Discutir o repasse de verba ou de quem é a culpa? Isso é perfumaria. O problema é geral. Não há um culpado. Todos somos culpados. O que precisamos fazer é atacar por todos os lados esse mal incrustado em nossa pele. Comecemos, casualmente, pelos professores que têm de parar e rever seu papel. Não faz mais sentido o uso da palmatória. Já passamos da era da industrialização, quando a disciplina tinha de ser rígida com o intuito de preparar o povo para trabalhar várias horas, sem poder refletir por que fazia aquilo. A função da escola era a de programar o povo para esse tipo de trabalho.
Portanto, não adianta, hoje, o professor despejar nos alunos um mundaréu de informações, regras e dicas sem contexto, e estes despejarem de volta na prova. É primordial que se tenha reflexão. Estamos na era da informação, ou pós-industrial. O maior tesouro é dispor de informações sobre como produzir, para quê, para quem e onde, isto é, encontrar a informação mais adequada para um fim. Entretanto, é essencial que se saiba discriminar a informação relevante da mera especulação.
Para seguirmos a exigência do mercado, defendo aqui uma subversão lingüística que Celso Pedro Luft pregava. O novo papel da escola é o de aprimorar a comunicação dos estudantes tanto na forma escrita quanto na oral, tanto na verbal quanto na não-verbal. E isso só será possível quando os alunos forem motivados e estiverem, constantemente, em contato com excelentes exemplos de textos (escritos, orais, verbais e não-verbais). Não é uma tarefa fácil. É árduo, é penoso. Mas isto, sim, é educação: uma construção demorada, mas sólida do cidadão.
Sem dúvida nenhuma, essa mudança será mais fácil nos lugares onde o corpo docente trabalha com mais autonomia. Onde não é preciso seguir, cegamente, uma cartilha, apostila ou livro didático. E nada melhor que o próprio professor, especialista em sua matéria, para saber como fazer essa mudança.
No entanto, que fique muito bem claro: a culpa não é dos professores. Ainda faltam os alunos e os pais. Veremo-nos na próxima oportunidade.
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