segunda-feira, 14 de maio de 2007

Reflexão sobre o trabalho

Para muitos, trabalho é sinônimo de dinheiro. Deve ser por isso que os jovens querem trabalhar: para garantir sua independência. Na verdade, querem mesmo é morar com os pais e ter um dinheiro a mais para gastar com bobagem; coisas do consumismo.

O problema é que, para alcançar esse objetivo, eles fazem de tudo. Sem entrar em maiores detalhes ou em casos particulares, os jovens, de maneira geral, estão trabalhando em qualquer lugar. Não importa se é na área. O importante para eles é trabalhar. Como o mercado de trabalho está saturado, o estudante de direito, por exemplo, vai trabalhar em uma farmácia. Com o passar do tempo, infelizmente, como a maioria, ele não consegue um emprego em sua área. Então, esse estudante faz o que todos estão fazendo hoje em dia: continua trabalhando em um emprego do qual não gosta e nem tem qualificação para exercê-lo. Uma alternativa para escapar dessa sinuca é prestar concursos públicos, que estão cada vez mais concorridos, talvez por esse motivo. Resultado: se passar no concurso ou se continuar no mesmo emprego, nosso bacharel em direito ficará, com o tempo, insatisfeito com o emprego, com o salário, com o patrão, com a clientela, com o governo, com tudo. Portanto, o fardo do trabalho será muito mais pesado.

Pela atual conjuntura do País, esta é uma realidade bem presente. Embora, eu não tenha nenhuma solução milagrosa, posso afirmar que, se nos empenharmos no que gostamos de fazer, podemos até não ganhar muito bem, mas trabalharemos com muito mais prazer, e o fardo não nos será insuportável.

Agora, imaginem se desempenhássemos uma função sem receber uma moeda, só pelo prazer. Garanto que muitos, a grande maioria, a desempenharia com louvor e perfeição. Declaro isso com base em uma passagem do livro Tom Sawyer do escritor americano Mark Twain. E, realmente, se observarmos o número de pessoas que fazem certas atividades, nem sempre fáceis, veremos que Twain estava certo. Por exemplo, uma diarista que está exausta de tanto limpar e cozinhar para patroa, se lhe sobra tempo, faz um bolo ou inventa um prato obviamente para ela e a família comerem no domingo. Com certeza, ela deve reclamar do emprego que tem, mas não de fazer o bolo para a família. Todavia, se o ganha-pão dela fosse fazer bolo, será que reclamaria?

Por saber que o nosso conceito de trabalho não vai mudar, pois o dinheiro sempre fala mais alto, proponho, portanto, que desempenhemos certas atividades (das quais gostamos, lógico) que ajudem o próximo. Dessa forma, o mundo será melhor. O primeiro passo eu já dei...

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