segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Eleições Inusitadas

O que dizer de um vereador eleito com apenas um mísero voto? Aconteceu em Pau d’Arco, Piauí. A candidata Carmem Lúcia Portela Santos (PSB) se candidatou em 2004, ficou como suplente e, em junho de 2008, tomou posse após a cassação de um vereador. Como se não fosse o bastante, Piauí conseguiu superar esse recorde inusitado: Armando Dias Teixeira (PR) foi empossado em julho na cidade Queimada Nova, mesmo sem ter recebido um voto, nem mesmo o dele.

O que dizer dessa realidade? A que ponto chegamos em nossa democracia. Apesar do furor causado por este fato, a posse é considerada legal, pois o partido de Armando recebeu votos, consequentemente, o vereador também.

Diante dessa situação e do fim de um pleito conturbado, faz-se necessário uma reflexão sobre o nosso sistema eleitoral. Será que é justo acontecer de candidatos menos votados serem eleitos em virtude do partido? E os fichas-sujas? Poderiam eles se candidatar?

Segundo Millôr Fernandes, o Brasil deveria instaurar o voto contra. Os eleitores votariam duas vezes: uma a favor e outra contra. Deduzindo-se os votos negativos dos positivos, obtém-se o número de votos válidos. E quem ficasse com o saldo mais negativo receberia como castigo 100 chicotadas ou 20 chibatadas.

É um método desbundante, sem dúvida. Daria uma lição de moral em muita gente. Contudo, minha opinião diverge. Eu defendo que o voto não seja obrigatório, ao menos, para que não aconteça o que eu vi em minha cidade: mulheres indecisas acabaram votando em um candidato boa-pinta. Sinceramente, se é para votar desse modo, para que as "Diretas Já"? Na verdade, se é para sonharmos, eu vou além. Para mim, não deveria haver mais eleições, mas sim um concurso idôneo. A maioria vota nas pessoas mais carismáticas. Quem disse que são justamente essas que sabem administrar melhor? E o pré-requisito primordial deste concurso seria o terceiro grau completo em qualquer área, mas com pós-graduação em administração pública. Desse modo, muitos paus-mandados – gente que não faz nada nos bastidores – sucumbiriam. Haveria uma limpeza total dos nossos representantes. E a democracia? Bem, poderia ficar para o critério de desempate.

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