Aliteração é uma figura de linguagem que consiste na repetição de consoantes num enunciado. Normalmente, encontramos em letra de música ou num poema. Essa repetição não é ao acaso, há uma razão para isso. Muitas vezes serve para reforçar uma ideia ou imitar um som. Exemplo:
“Vozes veladas, veludosas vozes”
Nesse verso de Cruz e Sousa, percebemos a repetição de algumas consoantes, mas principalmente V, S e Z que imitam o som das conversas, das vozes.
Analisando a música cristã “Espírito do Trino Deus”, encontramos a aliteração da consoante S, normalmente no final das palavras.
“Espírito do trino Deus, vem sobre nós!
Espírito do trino Deus, vem sobre nós!
Quebranta-nos, transforma-nos, orienta-nos, instrui-nos!
Espírito do trino Deus, vem sobre nós!”
Daniel Iverson
Preste atenção em como ela é cantada: Coral da Igreja Presbiteriana Independente de Tatuapé.
Mas por quê? Como isso colabora com a música? É simples. O Espírito Santo, apesar de não ter forma, pode ser comparado com o vento.
“Quando chegou o dia de Pentecostes, todos os seguidores de Jesus estavam reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um barulho que parecia o de um vento soprando muito forte e esse barulho encheu toda a casa onde estavam sentados. Então todos viram umas coisas parecidas com chamas, que se espalharam como línguas de fogo; e cada pessoa foi tocada por uma dessas línguas. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, de acordo com o poder que o Espírito dava a cada pessoa.” (Atos 2.1-4)
No primeiro verso da música “Nas Estrelas”, de Ralph Carmichael, encontramos o seguinte: “Nas estrelas vejo a sua mão e no vento ouço a sua voz”.
Sabendo que a repetição da consoante S imita o vento, podemos deduzir que essa repetição dentro da música mostra a presença do Espírito Santo, que é expressa não só com as palavras, mas também com o som.