Depois de duas semanas, pude ler a edição de Veja sobre educação. Como sempre, preciso tecer algumas críticas às críticas feitas por ela.
O fato de os professores quererem formar cidadãos foi condenado. Então, pergunto: se os pais delegaram essa incumbência às escolas, quem, no final das contas, fará isso, “já que não é o papel da escola”? O motivo de condenarem isso deve ser porque as aulas não são neutras, pelo contrário, são esquerdistas. Aí eu concordo. Devemos ser o mais imparcial possível quando falamos com o público, assim como a imprensa também deveria ser imparcial. Contudo, essa imparcialidade está, há muito, um tanto fosca nas páginas dessa revista. Parece-me aquele ditado: “o sujo falando do mal lavado”.
“Ou idolatram personagens arcanos sem contribuição efetiva à civilização ocidental, como o educador Paulo Freire, autor de um método de doutrinação esquerdista disfarçado de alfabetização. [Olha a imparcialidade aí, gente!] Entre os professores brasileiros ouvidos na pesquisa, Freire goleia o físico teórico alemão Albert Einstein, talvez o maior gênio da história da humanidade.” Diante desse trecho, não há muito o que comentar. Lógico que entre os professores, em se tratando de pedagogia, não há outra figura mais marcante para nós, brasileiros. Esse paulistano é estudado até em outros países. Como desmerecer este mérito? Ou será que as cabeças pensantes desse periódico querem que nós continuemos com a velha educação bancária, esta sim do séc. 19. Paulo pregava uma liberdade e uma autonomia maior dos alunos, não é isso o que a matéria queria também? No entanto, quero que fique bem claro que não quero endeusar Paulo Freire; quero apenas lembrar algumas pessoas de que ele é um pensador e deveria ser respeitado como tal. Além disso, é mais que óbvio que ninguém até hoje chegou perto de Einstein. Único problema é que, para a pedagogia, ele não colaborou muito.
Para terminar, Gustavo Ioschpe declara em seu artigo que “pela mesma razão que o estado é laico, as aulas do estado também deveriam ser politicamente neutras”. Eu completaria dizendo que a imprensa também deveria, mas meu comentário é um pouco diferente. O Estado é tão laico que diz no preâmbulo da constituição o seguinte: “Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL”. Então, eu pergunto: o que “Deus” está fazendo aí?
O fato de os professores quererem formar cidadãos foi condenado. Então, pergunto: se os pais delegaram essa incumbência às escolas, quem, no final das contas, fará isso, “já que não é o papel da escola”? O motivo de condenarem isso deve ser porque as aulas não são neutras, pelo contrário, são esquerdistas. Aí eu concordo. Devemos ser o mais imparcial possível quando falamos com o público, assim como a imprensa também deveria ser imparcial. Contudo, essa imparcialidade está, há muito, um tanto fosca nas páginas dessa revista. Parece-me aquele ditado: “o sujo falando do mal lavado”.
“Ou idolatram personagens arcanos sem contribuição efetiva à civilização ocidental, como o educador Paulo Freire, autor de um método de doutrinação esquerdista disfarçado de alfabetização. [Olha a imparcialidade aí, gente!] Entre os professores brasileiros ouvidos na pesquisa, Freire goleia o físico teórico alemão Albert Einstein, talvez o maior gênio da história da humanidade.” Diante desse trecho, não há muito o que comentar. Lógico que entre os professores, em se tratando de pedagogia, não há outra figura mais marcante para nós, brasileiros. Esse paulistano é estudado até em outros países. Como desmerecer este mérito? Ou será que as cabeças pensantes desse periódico querem que nós continuemos com a velha educação bancária, esta sim do séc. 19. Paulo pregava uma liberdade e uma autonomia maior dos alunos, não é isso o que a matéria queria também? No entanto, quero que fique bem claro que não quero endeusar Paulo Freire; quero apenas lembrar algumas pessoas de que ele é um pensador e deveria ser respeitado como tal. Além disso, é mais que óbvio que ninguém até hoje chegou perto de Einstein. Único problema é que, para a pedagogia, ele não colaborou muito.
Para terminar, Gustavo Ioschpe declara em seu artigo que “pela mesma razão que o estado é laico, as aulas do estado também deveriam ser politicamente neutras”. Eu completaria dizendo que a imprensa também deveria, mas meu comentário é um pouco diferente. O Estado é tão laico que diz no preâmbulo da constituição o seguinte: “Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL”. Então, eu pergunto: o que “Deus” está fazendo aí?
Um comentário:
Como pude me esquecer da LDB? As idéias principais dela são cidadania e trabalho. O segundo artigo diz o seguinte:
“A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade PLENO DESENVOLVIMENTO DO EDUCANDO, SEU PREPARO PARA O EXERCÍCIO DA CIDADANIA E SUA QUALIFICAÇÃO PARA O TRABALHO.”
Tudo bem que nós professores estamos dando mais ênfase à cidadania. Contudo, posso concluir que nosso único erro (com relação à LDB) é o de não equilibrar essa ênfase com o trabalho.
Postar um comentário