sábado, 19 de maio de 2012

Redação de assisense está entre as melhores da Fuvest


Todos os anos, a Fuvest elege as melhores redações dos vestibulandos e as divulga para que sirvam de exemplo aos alunos que prestarão os próximos vestibulares.

Na última edição do vestibular, a redação da assisense Carolina Morais Veloso de Mattos figura entre as 29 melhores. Atualmente, ela cursa o primeiro semestre de Engenharia de Materiais da USP – São Carlos.


Abaixo estão a redação elogiada e o comentário do professor Vinicius Tomazinho.

O título é apropriado e revela não só a temática da redação, como também a posição adotada pela candidata. O adjetivo “triste” indica que a autora não concorda com o aborto político. A crítica fica nítida no segundo parágrafo.

Já no primeiro parágrafo, podemos constatar que a candidata é bem preparada e tem um bom repertório. Pelo fato de citar a revista Times e a Primavera Árabe, notamos que, além de bem informada, ela tem a capacidade de relacionar notícias e desenvolver um raciocínio lógico.

O terceiro parágrafo evidencia uma característica que toda redação de vestibular deveria ter: a candidata mostra que compreendeu os textos da coletânea e fez uso eficiente de um deles. Tal característica somada à consistência temática, à adequação ao tipo de texto e ao perfeito desenvolvimento e conclusão garantiu não apenas uma boa nota, mas também o privilégio de fazer parte do rol das melhores redações da Fuvest de 2012.

Quanto aos erros gramaticais, a autora foi quase impecável. Houve um deslize na acentuação de ínterim — proparoxítona, o que é perdoável, devido ao grande número de pessoas que pronunciam a palavra de forma errada. Antes da última reforma ortográfica, o não, quando empregado como prefixo, se ligava à palavra seguinte com hífen. Contudo, essa regra não está mais vigente. Portanto, o correto é “não políticas”. O último deslize diz respeito a este enunciado: “ser que participa e se identifica a um senso coletivo”. É preciso muito cuidado ao ligar dois verbos que têm o mesmo complemento. Tal construção só é permitida se a regência verbal for a mesma. Participar e identificar são verbos transitivos indiretos, mas exigem preposições diferentes: de e com, respectivamente, e não a. Assim, deveríamos refazer o período: “ser que participa de um senso coletivo e com o qual se identifica”.


domingo, 13 de maio de 2012

Superlativo e sentido figurado – homenagem às mães




Muitas vezes o grau de um adjetivo, advérbio ou substantivo tem valor figurado. Por exemplo, a frase “aquele jogador bate um bolão” não quer dizer, literalmente, que o jogador joga com uma bola grande ou maior que as outras. Na verdade, foi exaltada a qualidade do esportista.

Na legenda da foto acima, lemos o vocábulo “gravidíssima”, no grau superlativo absoluto sintético (aquele que se forma com o acréscimo do sufixo –íssimo). Pesquisando no dicionário Houaiss, encontramos a seguinte definição para superlativo: “grau do adjetivo ou do advérbio que indica qualidade ou modalidade marcadamente superior ou inferior”. Contudo, notemos que foi usado o adjetivo grávido, o que nos faz perguntar: é possível uma mulher ficar mais grávida? Certamente, não. Portanto, a redatora usou o sentido figurado. Mas com que intenção? De exaltar a beleza ou a gravidez da atriz? Será que é exclusividade de gente famosa ou uma mulher comum poderia ficar “gravidíssima” também?

Por fim, aproveito para homenagear as mamãezíssimas, sem distinção, mas principalmente as especialíssimas Neide, por me trazer ao mundo, e Camila, por me completar. Parabéns pelo seu dia.