domingo, 6 de abril de 2008

Brasília, cidade estrangeira

Há duas ou três semanas, durante o feriado prolongado, fui visitar Brasília. Na verdade, fui ao casamento de minha prima Heloisa, mas, já que estava lá, pude conhecer as principais obras-primas da capital.

Minha impressão é de que a cidade não faz parte do Brasil, obviamente, pela arquitetura dos prédios – Niemeyer é um artista ímpar mesmo –, e pela urbanização – feita por outro artista de peso, Lúcio Costa, que teve a brilhante idéia de fazer uma cidade com a forma de um avião. Isso foi possível graças ao mentor, Juscelino Kubitschek, o homem de visão, pois, sem ele, Brasília seria apenas “o céu azul, a terra vermelho-pungente e o verde triste do cerrado” (Vinicius de Moraes). (Abro este parêntese para associar dois fatos, sendo que um deles é muito triste: JK trouxe a indústria automobilística e, por infelicidade do destino, morreu em um acidente de carro.)

Memorial JK e o Ensino

Depois de conhecer os principais prédios, meu tio, meu primo e eu fomos ao Memorial JK. Lá dentro fiquei pensando sem parar em que todo aluno tem de passar por aqui. De fato, é uma aula inesquecível de História e de qualquer outra matéria, por exemplo, Língua Portuguesa, pois há documentos, artigos, recortes de jornal da época, e é inevitável não fazermos a comparação da escrita daquela época com a de agora. Isso sem falar da biblioteca e dos itens pessoais do presidente, outra aula, agora de Moda.

Foi nesta visita ao Memorial JK que comprovei que sou wokaholic, não por ser uma pessoa que trabalha demais e sempre fala sobre o serviço, mas sim por ter um estilo de vida que valoriza tudo isso. Durante todo o passeio fiquei pensando na didática na sala de aula; pensando em como incorporar excursões desse tipo no currículo ou em como poderia incorporar essas experiências em minhas aulas. Não refletia em mais nada a não ser no décimo inciso do terceiro artigo da LDB: a valorização da experiência extra-escolar.

Um dos resultados desse passeio foi algumas fotos que você pode conferir aqui.

2 comentários:

Anônimo disse...

A boa notícia, Vinicius, é que os alunos candangos passam por lá mais de uma vez na vida escolar. A parte ruim é que (pelo menos na minha época de escola, e lá se vão 2 décadas, mas não creio que tenha mudado muito) em geral os alunos nem sabem o que estão fazendo lá.

Abraço,

Pablo
http://cadeorevisor.wordpress.com

Vinicius Tomazinho disse...

Olá, Pablo. Você é de Brasília, não? Eu me esqueci.

Já é um bom começo os alunos daí visitarem mais de uma vez essas obras-primas. Poderíamos, logo, fazer com que fosse uma parada obrigatória para todos os alunos. Contudo, caímos no lado ruim que você apontou: em toda excursão há aqueles que estão lá só para passear e não se importam com nada. A respeito disso eu penso que não há cultura inútil, de uma forma ou de outra, eles vão aprender algo com a excursão. Às vezes, não é o que nós queremos passar, mas é algo de que eles precisam, por exemplo, ser mais tolerante com os amigos para que o passeio não seja chato, etc...

Abraço.